Quando a toxina botulínica não resolve (e por que isso é importante para um resultado natural)

Quando a toxina botulínica não resolve

A toxina botulínica é uma ferramenta consagrada e eficaz para suavizar rugas dinâmicas, como linhas entre as sobrancelhas (glabela), testa e pés de galinha. 

Estudos robustos mostram sua eficácia e segurança nesse contexto: uma meta-análise revelou que uma dose única de 20 unidades de toxina botulínica tipo A reduziu significativamente as linhas glabelares, sem diferença significativa nos eventos adversos entre grupos tratados e placebo. Outros ensaios confirmam embaralhamento de doses, padrões de injeção e resultados positivos com mínimo risco.

No entanto, o que poucos sabem é que nem todas as alterações faciais ou de pele respondem bem a toxina botulínica e aplicar a substância em locais inadequados pode resultar em resultados artificiais, assimetrias ou até desconforto funcional.

Qual é a solução quando a toxina botulínica não resolve?

  1. Linhas em “acordeão” (tech-neck e sulcos horizontais no pescoço):

Essas linhas são causadas por dobras constantes da pele, postura e, principalmente, perda de sustentação cutânea. O Botox atua na musculatura, mas essas marcas são estruturais. Inclusive, estudos apontam que o efeito do Botox nesse contexto não corrige as linhas horizontais que exigem tecnologias como preenchimento, lasers, radiofrequência ou microagulhamento associado a bioestímulo.

  1. Flacidez de pálpebra (famigerado “jelly roll” ou bolsas abaixo dos olhos):

Essa queda está ligada à flacidez cutânea, enfraquecimento do septo orbital e deslocamento de gordura e não à hiperatividade muscular. Se usado nessa área, a toxina pode agravar a queda ou prejudicar a drenagem linfática, piorando o aspecto das bolsas.

  1. Rugas periorais (linhas do “código de barras”):

No terço inferior do rosto, o efeito do Botox é limitado e pode gerar consequências indesejadas como assimetria, dificuldade ao falar ou articular e boca flácida. 

Embora exista estudo mostrando algum benefício pontual para melhorar essas rugas enquanto aumenta a projeção labial, a maioria das clínicas prefere utilizar abordagens combinadas como preenchimentos, bioestimuladores ou lasers.

  1. “Tech-neck” (linhas horizontais no pescoço por sobreuso da tela):
     

Novamente, trata-se de uma alteração estrutural, que demanda estimulação de colágeno e reposicionamento tridimensional da pele, não simples relaxamento muscular. A toxina botulínica pode agir, mas não resolve essas dobras orientadas pelo hábito postural.

O diferencial está na avaliação qualificada

A eficácia da toxina ou sua limitação depende da anatomia facial, força muscular, padrão de rugas e perfil individual. Pesquisas mostram que o planejamento ideal de doses e pontos de aplicação se baseia nessas características, garantindo naturalidade e prolongando a satisfação do paciente.

Por exemplo, o efeito da toxina botulínica pode durar entre 3 e 6 meses, com pico de eficácia por volta de 30 dias, mas varia conforme a região tratada e resposta individual.

Um olhar clínico transforma tudo

Aplicar toxina botulínica sem critérios pode gerar resultados artificiais ou até prejudiciais. Em contrapartida, uma avaliação completa que leve em conta o tipo de ruga, a função facial, estrutura óssea, volume, textura e postura permite traçar uma estratégia multidisciplinar:

  • combinar toxina com bioestimuladores;
  • lasers;
  • ultrassom ou preenchimentos, visando harmonia, leveza e expressão natural.

A toxina botulínica é uma tecnologia poderosa, mas tem limites claros. Linhas estruturais como tech-neck, flacidez palpebral, rugas periorais ou linhas em acordeão simplesmente não respondem bem a ele. Insistir nessa ferramenta pode comprometer o resultado estético.

Para um rosto natural, harmônico e autêntico, o caminho envolve escolha consciente, técnica precisa e avaliação especializada. Cada procedimento deve ser parte de um plano integrado, pensado para respeitar sua identidade e revelar sua melhor versão (sem exageros).

Conheça a Dra. Juliana Jordão

A Dra. Juliana Jordão é uma renomada médica dermatologista com uma ampla trajetória acadêmica e profissional.

Graduada pela Faculdade Evangélica do Paraná, ela consolidou sua expertise ao obter especialização em Dermatologia pelo Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (HUEC).

Sua dedicação e excelência na área a conduziram a tornar-se Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.

A nossa clínica está localizada no Edifício New Zealand – R. Dr. Alexandre Gutierrez, 826 – Sala 404 – Batel, Curitiba – PR.

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