Uma dúvida muito comum é: a primavera influencia doenças de pele? Quais?
A primavera, estação marcada pelo florescimento, dias mais longos e aumento da temperatura, traz não apenas beleza e energia renovada, mas também desafios para a saúde da pele.
Para muitas pessoas, a mudança de estação é um gatilho para o surgimento ou agravamento de dermatoses sazonais, condições dermatológicas que se manifestam ou pioram em determinados períodos do ano. Entre as mais comuns estão a dermatite atópica, a rosácea e a urticária, frequentemente exacerbadas por fatores ambientais típicos da primavera, como aumento de poluição, pólen, calor e exposição solar.
Neste artigo, exploraremos como a primavera influencia essas doenças, os mecanismos envolvidos e os tratamentos mais inovadores disponíveis para prevenção e controle.
A primavera influencia doenças de pele? Quais?
Dermatite atópica: inflamação, coceira e gatilhos sazonais.
A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica da pele caracterizada por prurido intenso, vermelhidão e ressecamento. Pacientes atópicos apresentam uma barreira cutânea comprometida, tornando a pele mais suscetível a irritantes, alérgenos e microrganismos.
Durante a primavera, o aumento da exposição a pólen e ácaros, aliado ao calor e à umidade variável, pode desencadear crises. A liberação de alérgenos do ambiente ativa o sistema imunológico, aumentando a inflamação e intensificando o prurido. Estudos mostram que pacientes atópicos têm picos de exacerbação em períodos de maior concentração de pólen, especialmente entre setembro e novembro.
Tratamentos inovadores incluem:
- Inibidores de JAK (Janus quinase): medicamentos tópicos ou orais que modulam a resposta inflamatória de forma direcionada, reduzindo coceira e lesões sem comprometer a imunidade sistêmica;
- Terapias biológicas: anticorpos monoclonais que bloqueiam citocinas inflamatórias específicas, indicados para formas moderadas a graves;
- Cuidados com barreira cutânea: em paralelo, hidratantes de última geração com ceramidas, niacinamida e lipídios bioidênticos fortalecem a pele e previnem crises.
Rosácea: vermelhidão e sensibilidade em alta.
A rosácea é uma doença crônica caracterizada por vermelhidão facial, vasos dilatados e, em alguns casos, pústulas. Embora não seja causada diretamente pela primavera, fatores sazonais — calor, radiação UV e pólen — podem exacerbar os sintomas.
O aumento da temperatura estimula a vasodilatação, tornando a vermelhidão mais evidente. Além disso, a exposição solar e poluição contribuem para inflamação cutânea crônica, um dos principais mecanismos da doença.
Tratamentos modernos para rosácea incluem:
- Laser de luz pulsada intensa (IPL): reduz a vermelhidão e a presença de vasos superficiais, com resultados duradouros;
- Laser de Nd:YAG: indicado para vasos mais profundos, promovendo melhora significativa da aparência facial;
- Terapias tópicas avançadas: gel de ivermectina ou brimonidina, que reduzem inflamação e vasodilatação de forma localizada;
- Cuidados preventivos: uso diário de protetor solar, evitar calor excessivo, álcool e alimentos que causem flush.
Urticária: reação imediata ao ambiente.
A urticária é uma condição caracterizada por manchas avermelhadas, inchaço e coceira intensa, muitas vezes desencadeadas por alergênicos ambientais. Na primavera, o aumento de pólen, ácaros, fungos e poluição eleva a incidência de crises, especialmente em indivíduos predispostos.
A urticária pode ser classificada como:
- Aguda: dura menos de seis semanas, frequentemente desencadeada por alérgenos sazonais.
- Crônica: persiste por mais de seis semanas, podendo ser influenciada por fatores ambientais recorrentes.
Novas abordagens no tratamento incluem:
- Antihistamínicos de segunda geração: seguros para uso prolongado, com menos efeitos sedativos.;
- Omalizumabe: anticorpo monoclonal que bloqueia a imunoglobulina E (IgE), indicado para casos crônicos refratários;
- Terapias combinadas: ajustes alimentares, controle de estresse e ambientes livres de alérgenos podem potencializar a eficácia dos tratamentos.
Como prevenir crises sazonais na primavera?
Além do tratamento médico, medidas preventivas são fundamentais para reduzir o impacto das dermatoses sazonais:
- Higiene ambiental: manter ambientes limpos, reduzir pólen e poeira, usar filtros de ar e aspiradores com HEPA;
- Cuidados com a pele: hidratação constante, uso de produtos com ativos calmantes e protetor solar adequado;
- Evitar gatilhos conhecidos: exposição solar sem proteção, alimentos inflamatórios e situações de calor extremo;
- Monitoramento contínuo: fotografias da pele e acompanhamento médico periódico ajudam a identificar padrões sazonais e ajustar tratamentos;
- Educação do paciente: entender como a estação influencia sua condição ajuda a prevenir crises e reduzir a ansiedade associada às doenças cutâneas.
O papel da tecnologia e inovação na dermatologia sazonal
Atualmente, tecnologias avançadas permitem uma abordagem mais precisa e personalizada:
- Dermatoscopia digital: ajuda a monitorar lesões e alterações cutâneas ao longo do ano, permitindo ajustes nos tratamentos antes da exacerbação;
- Teledermatologia: consultas online facilitam o acompanhamento frequente em épocas de maior risco, sem necessidade de deslocamentos constantes;
- Inteligência artificial: algoritmos analisam fotos da pele para detectar padrões de inflamação e prever crises, auxiliando na prevenção proativa.
Essas ferramentas permitem que dermatologistas combinem tratamentos tradicionais e inovadores com estratégias preventivas, oferecendo resultados mais duradouros e melhor qualidade de vida para os pacientes.
A primavera é um período de beleza, mas também de atenção redobrada para a saúde da pele. Dermatite atópica, rosácea e urticária podem piorar devido a fatores ambientais característicos da estação, como aumento de pólen, calor e radiação UV.
A combinação de tratamentos médicos avançados, cuidados diários com a pele, prevenção de gatilhos e o uso de tecnologias inovadoras permite um controle eficaz dessas condições. Além disso, o acompanhamento médico contínuo garante que cada paciente receba um plano individualizado, respeitando suas necessidades e sensibilidade cutânea.
Cuidar da pele na primavera é, portanto, um esforço integrado que envolve prevenção, tratamento e monitoramento, permitindo que a estação seja aproveitada com saúde, conforto e beleza natural.
Conheça a Dra. Juliana Jordão
A Dra. Juliana Jordão é uma renomada médica dermatologista com uma ampla trajetória acadêmica e profissional.
Graduada pela Faculdade Evangélica do Paraná, ela consolidou sua expertise ao obter especialização em Dermatologia pelo Hospital Universitário Evangélico de Curitiba (HUEC).
Sua dedicação e excelência na área a conduziram a tornar-se Membro Titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
A nossa clínica está localizada no Edifício New Zealand – R. Dr. Alexandre Gutierrez, 826 – Sala 404 – Batel, Curitiba – PR.